07.11.2008 - 14 Dia

Trecho Esquel - Puerto Puyhuapi

Às 6:30 hs saímos do Hotel Esquel. O sol da manhã já desponta por cima das montanhas ainda com gelo, gerando uma nuvem de fumaça, gerando assim um belo visual digno para quem já rodou mais de 7.000 km só para admirar as lindas paisagens da patagônia.

È impressionante como aqui as noites são curtas. Ontem quando chegamos para jantar no restaurante Casa Grande, eram 20 horas e ainda estava bem claro, parecia dia, tanto que o restaurante ainda ainda estava fechado e o proprietário, muito atencioso, antecipou o horário para nos atender.

Hoje saímos mais cedo porque temos um trecho maior a cumprir. O concerto dos pára-brisas nos rendeu um atraso de 60 km deixados de cumprir no dia de ontem. A temperatura agora é de 6 graus e estamos nos dirigindo para a fronteira com o Chile. Paramos rapidamente na cidade de Treveling, para o nosso café da manhã, porque os hotéis aqui só servem café a partir das 8 horas.

Depois de Treveling tomamos uma estrada de rípio em direção ao Paso Fronteiriço de Futaleufu, para entramos no Chile. Ai avistamos um arco-íris no céu, e a estrada foi se tornando florida, com flores multicoloridas ( lilás, amarelas, rosas, brancas), fomos cruzando rios de águas azuis, com leitos em pedras, provavelmente de origem vulcânicas. Vários criatórios de truchas encontramos pelo caminho e muitos animais cruzavam a estrada, até então pouco movimentada.

Logo em seguida começou uma chuvinha, um longo paredão de pedra na nossa margem esquerda nos protegia do vento leste. Logo em seguida a chuva começou a aumentar, e as flores multicoloridas deu espaço para as flores amarelas. Cruzamos o Rio Grande que nesta região é bem caudaloso e logo em seguida cumprimos os protocolos das imigrações argentina e chilena, e às 9:30 hs já estamos em terra chilena, seguindo pela rodovia 17 e quem nos recebeu com um brinde de boas vindas foi o lindo Rio Futaleufu com uma água azul. Este rio é considerado um dos mais selvagens do mundo e enquadra-se nas classes IV e V do rafting. O caminho todo continua florido, parecendo aquelas estradas dos contos de fada. E assim chegamos na cidade de Futaleufu debaixo desta chuvinha e um frio agora de 2 graus, o tempo fechado não deu para fotografar. A cidade foi muito sacrificada em função da última erupção do vulcão Chaiten, no primeiro semestre de 2008. Sem dúvida, Futaleufu é um lugar muito especial.

Seguimos viagem com este o tempo fechado, pela rota 17, muitas máquinas na pista fazem a retirada de pedras que caem com freqüência. Chegamos ao povoado de Puerto Ramirez e ainda seguindo o leito do rio Futaleufu, e logo em seguida a visão do lago Yelcho, nos fez imaginar que estávamos diante do Oceano Pacífico.
Ao meio dia chegamos no cruzamento das rotas 17 com a 7. Aqui começa para nós a decida ao fim do mundo pela Carretera Austral. Foi uma emoção sem tamanha. Seguir na Carretera Austral com chuva foi uma situação que não estava em nossos planos, mas deu uma dose a mais de adrenalina a viagem.
Seguindo pela carretera, foi percebido que o carro do Figueira estava com o pára-brisa trincado. Figueira comentou que para a próxima expedição não mais levará estepe extra, e sim pára-brisa, afinal este já é o terceiro.
Paramos no povoado de La Junta, abastecemos os veículos (posto Copec) e lanchamos um delicioso sanduíche de carne com molho de abacate no restaurante e lanchonete Transportista, ao som de música chilena. O frio está intenso (em torno de 2 graus), mas as pessoas aqui dizem que está ótima a temperatura, porque é muito comum temperaturas abaixo de zero aqui em La Junta.
Seguimos viagem para a cidade de Puyuhuapi, e com a estrada sempre florida com diversas espécies de flores, muita máquina reparando a estrada. Quando faltava 5 km para Puyuhuapi, a estrada ficou cheia de sinuosas curvas entre subidas e decidas, e lá embaixo toda a beleza do Rio Páscua desaguando no Pacífico.
Chegamos na cidade e estávamos todos congelando. Fomos logo procurar algo para nosso pernoite. Para hoje estava previsto um camping próximo ao ventisqueiro colgante, mas com chuva e frio não dá.
Os meninos criaram esta rima: “ a chuva está aumentando, o frio está chegando e a idéia do camping se distanciando”.
Conseguimos vaga na Hosteria Alemana, de propriedade da Sra. Úrsula, que nos recebeu com muita delicadeza, nos serviu um café quentinho com um bolo cuca de maçã, feita por ela mesma.
Esta pitoresca vila tem grande influência da arquitetura alemã, pois muitos alemães migraram para cá no pós guerra. D.Úrsula é uma dessas pessoas imigrantes, ela mora aqui há 51 anos, e conversou bastante conosco sobre a sua vinda no navio cheio de imigrantes, bem como nos falou das organizações políticas e sociais aqui na vila. A cidade conta com uma fábrica de tapetes artezanal Hopperdietzels. A noite fomos jantar no retaurante Rossbach.

3 comentários:

  1. Anônimo8/11/08

    Pessoal,

    Que Deus os abençoe nessa missão aventureira.

    Gostaríamos de estar com vocês curtindo as maravilhas naturais dessa região.

    Segundo o Naka, eu não sobreviveria, ou melhor, desistiria antes de partir.

    Boa sorte companheiros!

    Silva e Leó

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  2. Anônimo8/11/08

    Já estão sentindo falta de um motorhome? falar em ir ao banheiro natureza aqui que é quente é moleza quero ver ir no meio do mato aí, pra congelar o traseiro!Quem vai querer um? Podemos acrescentar mais uns caminhões aos nossos pedidos.
    Abrçs,
    Enio

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  3. Ah... vcs estão fazendo eu chegar atrasada todo dia na faculdade, com suas histórias e aventuras!!!! Estamos todos "viajando" com vcs!!! Estou muito feliz por meus pais estarem tendo a oportunidade de fazer uma viagem como essa com pessoas tão especiais!! Ah, coloquem mais fotos, please!!!
    Um grande beijo!
    Laura Miyaji

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