03.11.2008 - 10 Dia

Trecho Malargue - Zapala

Ontem, na cidade de Malargue, nossa hospedagem foi em cabana, Cabañas Cali Güe, de propriedade de um casal de motoqueiro muito simpático. Nos atenderam com toda simpatia, e nos deixaram bem a vontade, tanto que Denise preparou um risoto e saboreamos entre algazarras e gargalhadas. Perguntamos se nosso barulho incomodava, eles responderam “non”, e que admirava a alegria dos brasileiros, e se quiser pode até cantar.
A cidade de Malargue é muito bela, ela fica rodeada de uma cadeia montanhosa coberta de gelo. Foi esse o visual que encontramos, às 6 hs da manhã, sob um frio de 3 graus. O município também guarda uma forte riqueza mineira, agrícola e pecuária. Pela sua gama de riqueza naturais, é um dos destinos preferidos para esportes de aventuras. Existem ofertas para todo gosto: a famosa estação de esqui Lãs Leñas e o visinho Valle Hermoso, a Cavernas Lãs Brujas, El Sosneado e o vulcão Overo, Los Molles, Laguna Nina Encantada, Luguna Diamante, etc.. É forte a vocação turística aqui na região, principalmente para quem gosta de turismo de aventura. Muitas trilhas que só se faz em 4 x 4, não fizemos nenhuma, estamos no início da viagem e qualquer problema em um dos nossos carros comprometerá o restante da viagem. Este trecho vai ficar para uma próxima.
Depois do nosso café da manhã coletivo, saímos com destino a cidade de Zapala, pegamos o caminho que leva a Cavernas de Lãs Brujas ( cavernas das bruxas), e numa atmosfera mágica, cruzamos uma estranha área desértica com formações geológica bem diversas, ficamos procurando explicações, mas como os geólogos (Ênio e Túlio) não vieram, ficamos cheio de interrogações.
Cruzamos o Rio Grande, que é bastante largo e mais adiante se torna estreito encadeando de suas águas para uma fenda escavada em rochas escuras formando um canyon.
Assim chegamos no pequenino povoado de Bardas Blancas. A esta altura nossas TRs já estão todas da mesma cor, ou seja, jateadas de um pó cinza. No horizonte vimos uma sucessão de montanhas em forma de mesas do nosso lado esquerdo, com o Rio Grande seguindo seu curso ao longo da estrada de rípio que trafegávamos. Várias espécies de animais pastavam e nenhum ser humano avistamos. Nenhum posto de combustível também, o que nos deixou um pouco preocupados, dada incerteza se encontraríamos algum antes de Zapala. Neste trecho trincou o segundo pára brisa da nossa expedição, foi o da Pajero de Nelson.
Depois do povoado de Buta Billon, começamos a ver gente. Eram ciclitas que trafegavam também em forma de comboio. Paramos e demos para ele docinhos brasileiros. Mais na frente encontramos um treiler tipo de apoio aos ciclitas, com uma faixa de pano escrito: Bike Dreams.
E assim foram 174 km, sendo 40 km de asfalto e 133 de rípio e alguns pedaços de asfalto em péssimo estado de consrvação.
Logo depois pegamos o asfalto, cruzamos o Rio Barrancas, que dá nome a uma cidadezinha próxima onde fizemos o abastecimento dos nossos carros e de nossa barriga também, pois armamos nossos fogareiros em baixo de umas árvores sobreiras, fizemos 10 miojos de copinhos, descansamos um pouquinho e seguimos viagem.
Depois deste Rio Barrancas e da Polícia Caminera, que não deixa passar com nenhuma fruta, nem queijo nem salames, já estávamos na província de Neuquén. Aqui na Argentina nem de uma província para outra eles deixam passar com algum produto perecível. Não sei esta regra é só para carros estrangeiros. Lá na cidade de San Francisco, um motoqueiro da própria cidade nos alertou que os policiais implicam (a palavra que ele usou foi esta mesma) muito com os carros brasileiros. Até agora não temos tido grande problema, a não ser a multa do companheiro Guerra, mas os demais onde fomos abordados tem sido solícito, porém bem austero rigorosos mesmo, fiscalizam tudo.
Chegamos no povoado de Buta Ranquil, que mais parecia com Santo Antônio de Los Cobres, procuramos informações para chegarmos ao povoado de Chos Malal, que seria a próxima cidade. Queríamos chegar lá por uma estradinha de terra chamada de Cuesta Del Chihuido, mas fomos desencorajado a fazê-lo pela pessoa que nos prestou informação. Ele nos falou que é um trecho muito acidentado, subindo uma serra. Se fosse em sentido contrário nem tinha tanto problema. Resolvemos seguir pelo asfalto mesmo. Vimos um vulcão coberto de neve, mas não encontramos um só vivente para perguntar, paramos para fotos. Passamos por uma base de acampamento militar e por várias entradas que levavam a uns galpões coberto de um pó branco, deduzimos ser exploração de calcário.
E assim nesta paisagem bela, porém hostil, chegamos a cidade de Zapala. Nossa intenção era chegar até Junin de Los Andes, mas não conseguimos. Bateu um cansaço geral, hoje pegamos o sol estava muito forte, apesar da temperatura está baixa. Aqui a cidade é rodeada por uma vegetação de característica estepe, toda região é plana e árida.
Em consensso resolvemos pernoitar na cidade de Zapala. Procuramos um hotel, nos acomodamos e a noite para variar fomos comer um Bife de Chorizo com um vinho Malbec, da região de Mendonza. Os homens preferiram a cerveja Stella Atoirs, fórmula holandesa mas de fabricação argentina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu recado para o grupo da Rota Glacial